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NHÁ CHICA: UMA VIDA DEDICADA AO PRÓXIMO

Francisca de Paula de Jesus, mulher negra, simples, analfabeta, mas muito sábia e com um coração cheio de fé e boa vontade em ajudar o próximo. Essa foi Nhá Chica, como é carinhosamente chamada até os dias de hoje. Foi na Fazenda Porteira dos Vilelas que nasceu, no ano de 1808. Mas nem mesmo os costumes e a discriminação que os negros sofriam nessa época foram capazes de apagar o seu brilho.

 

De família humilde, Nhá se mudou para uma cidadezinha no sul de Minas Gerais, chamada Baependi, levando uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e muita esperança em sua bagagem. 

 

Na flor da infância, aos 10 anos de idade, sua mãe veio a falecer, deixando Nhá Chica e seu irmão, Teotônio. Apesar de agora estarem sozinhos no mundo, Nhá Chica nunca se sentiu só, pois sempre contou com a proteção e intercessão de sua outra “Mãezinha”, Nossa Senhora, a qual tinha tamanha devoção que a chamava de “Minha Sinhá”. 

 

Sua humildade e inteligência, apesar de nunca ter estudado, sempre a fizeram muito conhecida entre os moradores da cidade. Ela se dava bem com todo o tipo de gente, desde crianças até os mais idosos, do mais abastado até o mais necessitado. Nhá Chica sempre fez questão de tratar todos igualmente. Mas ainda que fosse boa para com todos, Nhá tinha uma especial predileção pelos pobres. 

 

Era uma conselheira e tanto. As mais variadas pessoas a procuravam para pedir conselhos. E sua fé era tamanha, que muitos iam até ela pedir oração. Diziam que ela tinha uma relação sublime com “Sua Sinhá”, a qual atendia com muita rapidez às suas preces. 

 

Nhá Chica levou tão a sério sua missão de ajudar o próximo, que acabou dedicando toda a sua vida para esse propósito. Nunca se casou. Inclusive, chegou a rejeitar algumas propostas de casamento. Ela queria ser toda de Deus. 

 

Apesar da sua enorme dedicação em aconselhar e confortar outros que, muitas vezes vinham de outras cidades para visitá-la, ela tinha uma regra clara e implacável: as sextas-feiras eram seu dia sagrado de penitência e oração, por isso não atendia ninguém. Para os católicos, a sexta-feira é um dia de mortificação e recolhimento, visto que recorda o dia da paixão e morte de Jesus Cristo, e Nhá, com muita fé, mantinha suas práticas espirituais. 

 

Um outro fato sobre suas sextas-feiras é que era seu dia de lavar roupas, afinal de contas, apesar da fama de santidade, ela era humana e também tinha lá suas misérias. Como por exemplo, não sabia ler, pois não frequentou a escola. Seu sonho era ler a Bíblia. Mas o fato de ser analfabeta nunca foi um empecilho para ela. Nhá, com toda sua simplicidade e sabedoria, criou uma novena para sua santa de devoção: Nossa Senhora da Conceição. 

 

Seu amor pela “Sua Sinhá” era tamanho que até construiu uma capela ao lado de sua casa em honra a Senhora, e lá rezava, frente a imagem herdada de sua mãe, todos os dias com muito fervor, pedindo por todas as pessoas que solicitavam suas orações.

 

E assim viveu Nhá Chica. Aconselhando os ricos, cuidando dos pobres, rezando a Nossa Senhora da Conceição e oferecendo tudo isso à glória de Deus. Aos seus 87 anos, mais precisamente em 14 de junho de 1895, Nhá morreu, deixando uma legião de admiradores, o qual sempre asseguraram sua santidade. 

“O MILAGRE DE DONA ANA”

Conheça a história da Miraculada Ana Lúcia Meirelles, a qual recebeu um milagre que transformou Nhá Chica em Beata:

Os anos se passaram, e sua fé e amizade com Nhá Chica só foram crescendo, e hoje, tornou-se parte essencial em sua vida e na vida de sua família. A ligação com a Beata foi passando de geração em geração. Os domingos em família eram marcados por missas em Baependi para agradecer todas as graças que eram pedidas e atendidas ao longo da semana.

 

“E assim foi nossa vida com Nhá Chica, até que em 1950, eu comecei a aparecer com um problema sério no coração. Pedi, imediatamente, a minha santa que me ajudasse. Veio então o grande milagre da minha vida.”, relembra ela.

 

Ana afirma que, pela intercessão de Nhá Chica, Jesus a curou, a livrando de uma hipertensão pulmonar. Quase 30 anos depois, Ana Lúcia continua livre de qualquer problema cardíaco, testemunhado o milagre que Nhá Chica trouxe para sua vida, cura essa que não pôde ser explicada pela ciência. 

 

“Mandei meus exames, cateterismo, todos pro Vaticano através da Irmã Celica Durim, postuladora da Causa dos Santos. Durante 10 anos, eles atestam. A medicina e a ciência não explicam o que aconteceu comigo. Coisa de Deus.”, explica.

Desde a infância até os dias de hoje, com 63 anos de idade, Ana Lúcia Meirelles Leite mantém uma relação de muita amizade com Nhá Chica, inspirada por seus avós, que a ensinaram a rezar o terço e chamar a Beata de “Santa”.

 

“Minha avó era amiga de Nhá Chica. Saía todos os dias da fazenda a cavalo e ia a Baependi onde assistia a missa das 10h, passava na casa de Nhá Chica e conversava um pouco com ela. E a gente começou então a passar a assumir esse amor de minha avó pela Nhá Chica.”, relata Dona Ana. 

Ouça a história completa do milagre de Ana Lúcia Meirelles: 

Cura de Ana Lúcia por intercessão de Nhá Chica
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